
quarta-feira, 11 de junho de 2008
Coudelaria Alter Real
Tributo ao fundador (busto de D.João V)
História
Prelúdio - 1736
A fundação da Coudelaria de Alter não foi um acto ocasional e isolado.Surgiu como corolário lógico de um tempo histórico e de uma política coudélica, personificados em D.João V, o Rei Magnânimo.
Fundação - 1748
A ordem da Junta do Estado e Casa de Bragança, de 9 de Dezembro de 1748, marca a fundação da Coudelaria de Alter, e tem o significado simbólico de "Registo" da Tapada do Arneiro como " Solar " do cavalo de Alter-Real.O documento fundacional da Coudelaria de Alter foi emitido por D.João V como: "ADMINISTRADOR DA PESSOA E BENS DO PRÍNCIPE D.JOSÉ, MEU SOBRE TODOS MUITO AMADO E PREZADO FILHO, DUQUE DE BRAGANÇA".
A ordem da Junta do Estado e Casa de Bragança, de 9 de Dezembro de 1748, marca a fundação da Coudelaria de Alter, e tem o significado simbólico de "Registo" da Tapada do Arneiro como " Solar " do cavalo de Alter-Real.O documento fundacional da Coudelaria de Alter foi emitido por D.João V como: "ADMINISTRADOR DA PESSOA E BENS DO PRÍNCIPE D.JOSÉ, MEU SOBRE TODOS MUITO AMADO E PREZADO FILHO, DUQUE DE BRAGANÇA".
Estruturação - 1749 - 1770
É ao Rei D.José I que, quase inteiramente, cabe o mérito da estruturação da Coudelaria de Alter:Formação da manada, instalações coudélicas, alargamento do assento agrícola e da área de pastoreio, promulgação do primeiro regime coudélico que vigorou na Coudelaria.
A Casa Ducal de Bragança foi, como executante da vontade Régia de D.João V e de D.José I, o esteio da fundação e estruturação da Coudelaria de Alter.
É ao Rei D.José I que, quase inteiramente, cabe o mérito da estruturação da Coudelaria de Alter:Formação da manada, instalações coudélicas, alargamento do assento agrícola e da área de pastoreio, promulgação do primeiro regime coudélico que vigorou na Coudelaria.
A Casa Ducal de Bragança foi, como executante da vontade Régia de D.João V e de D.José I, o esteio da fundação e estruturação da Coudelaria de Alter.
Apogeu - 1771 - 1800
A Coudelaria é, então, da Casa Real que a recebeu, em 1770, da Casa de Bragança, num quadro de relação bem definido ; a Casa de Bragança, proprietária dos prédios utilizados pela Coudelaria de Alter ; a Casa Real, reconhecida como senhoria da manada, e na situação de rendeira daqueles prédios.
NA Picaria Real, em Lisboa, o ensino de D.Pedro de Meneses, 4º Marquês de Marialva e Estribeiro - Mor da Casa Real, alcança a perfeição no rigor da técnica, na beleza dos movimentos, na elegância das atitudes. O Cavalo Alter-Real atinge o seu esplendor.
A Coudelaria é, então, da Casa Real que a recebeu, em 1770, da Casa de Bragança, num quadro de relação bem definido ; a Casa de Bragança, proprietária dos prédios utilizados pela Coudelaria de Alter ; a Casa Real, reconhecida como senhoria da manada, e na situação de rendeira daqueles prédios.
NA Picaria Real, em Lisboa, o ensino de D.Pedro de Meneses, 4º Marquês de Marialva e Estribeiro - Mor da Casa Real, alcança a perfeição no rigor da técnica, na beleza dos movimentos, na elegância das atitudes. O Cavalo Alter-Real atinge o seu esplendor.
Desventuras - 1801 - 1820
A primeira vintena do século XIX foi um período de sombras para a Coudelaria de Alter ; roubo dos melhores cavalos Alter-Real, danos nas piaras, redução na área do pastoreio, vandalismo nas instalações, primeiras ameaças à integridade étnica da manada.Em defesa da Coudelaria de Alter agiganta-se, neste período de sombras, a figura do Princípe Regente D.João. Mas era uma luz longínqua, no Rio de Janeiro, e em Portugal o Marechal inglês Beresford. Era o poder.
A primeira vintena do século XIX foi um período de sombras para a Coudelaria de Alter ; roubo dos melhores cavalos Alter-Real, danos nas piaras, redução na área do pastoreio, vandalismo nas instalações, primeiras ameaças à integridade étnica da manada.Em defesa da Coudelaria de Alter agiganta-se, neste período de sombras, a figura do Princípe Regente D.João. Mas era uma luz longínqua, no Rio de Janeiro, e em Portugal o Marechal inglês Beresford. Era o poder.
"Que se conserve sempre pura esta raça"
12 de Dezembro de 1812
"Que não se conssinta que pessoa alguma se intrometa com o que
pertence às manadas e suas pastagens"
18 de Janeiro de 1815
Instabilidade - 1821 - 1841
Da Nacionalização das Reais Manadas à usurpação da Coutada do Arneiro .
Questionada até à existência da Coudelaria de Alter. E mais uma vez D.João, já como Rei. A merecer um registo de memória no historial da Coudelaria de Alter.
Da Nacionalização das Reais Manadas à usurpação da Coutada do Arneiro .
Questionada até à existência da Coudelaria de Alter. E mais uma vez D.João, já como Rei. A merecer um registo de memória no historial da Coudelaria de Alter.
Continuidade Difícil - 1842 - 1910
Um longo tempo de dificuldades e sobressaltos para a Coudelaria, mas também de graves ameaças à integridade étnica do Cavalo Alter-Real, foi o tempo dos cruzamentos.
"O RETORNO AOS PADREADORES DE ALTER
(1876), EMBORA IMPUROS ÉTNICAMENTE, E A IMPORTÂNCIA DE GARANHÕES ANDALUZES
(1879) E DE ÉGUAS ZAPATAS (1887) SALVAM A MANADA, DANDO-LHE A ESTRUTURA E
ROBUSTEZ PERDIDAS COM A INTRODUÇÃO DO ÁRABE"
RUY ANDRADE - "ELEMENTOS PARA A HISTÓRIA DA COUDELARIA DE ALTER"
Coudelaria Militar - 1911 - 1941
Proclamado o regime republicano, e arrestados os bens da coroa, a Coudelaria é integrada no Ministério da Guerra, na dependência da comissão técnica de remonta, com o nome de Coudelaria Militar de Alter do Chão.
O tempo da Coudelaria Militar é uma presença notável na planificação das instalações e na racionalização da exploração agrícola da Coutada do Arneiro.
Proclamado o regime republicano, e arrestados os bens da coroa, a Coudelaria é integrada no Ministério da Guerra, na dependência da comissão técnica de remonta, com o nome de Coudelaria Militar de Alter do Chão.
O tempo da Coudelaria Militar é uma presença notável na planificação das instalações e na racionalização da exploração agrícola da Coutada do Arneiro.
Recuperação do ALter-Real - 1942 - 1995
Em Janeiro de 1942 dá-se a integração da Coudelaria no Ministério da Economia, na jurisdição da Direcção-Geral dos serviços pecuários.
Começava um longo caminho de meio século de recuperação do Alter-Real. A recuperação do Alter-Real foi um esforço tenaz e persistente, com tempos de grandeza e de crise, de maior dinamismo e de mais apagada acção, mas, indiscutivelmente, um esforço coroado de sucesso.
Em Janeiro de 1942 dá-se a integração da Coudelaria no Ministério da Economia, na jurisdição da Direcção-Geral dos serviços pecuários.
Começava um longo caminho de meio século de recuperação do Alter-Real. A recuperação do Alter-Real foi um esforço tenaz e persistente, com tempos de grandeza e de crise, de maior dinamismo e de mais apagada acção, mas, indiscutivelmente, um esforço coroado de sucesso.
Reactivação da Coudelaria de Alter - 1996
Arranque de uma nova etapa.
Preservar e valorizar o património genético e cultural que a Coudelaria de Alter encerra e simboliza …
Um caminho que se dirige em exclusivo ao cavalo mas que passa, também, pelo desenvolvimento sócio-económico cultural e turístico do norte alentejano.
Mérito de definir e traçar esse caminho coube, em 1996, ao engenheiro Fernando Van-Zeller Gomes da Silva, ministro da agricultura.Um destaque que lhe é devido no memorial da coudelaria;
·Pelo respeito com que contemplou o passado;
·Pela ambição com que perspectivou o futuro da Coudelaria Alter-Real.
Preservar e valorizar o património genético e cultural que a Coudelaria de Alter encerra e simboliza …
Um caminho que se dirige em exclusivo ao cavalo mas que passa, também, pelo desenvolvimento sócio-económico cultural e turístico do norte alentejano.
Mérito de definir e traçar esse caminho coube, em 1996, ao engenheiro Fernando Van-Zeller Gomes da Silva, ministro da agricultura.Um destaque que lhe é devido no memorial da coudelaria;
·Pelo respeito com que contemplou o passado;
·Pela ambição com que perspectivou o futuro da Coudelaria Alter-Real.
Leilão
A Coudelaria Nacional realiza um leilão anual no primeiro ou segundo fim de semana do mês de Outubro, oportunidade exclusiva de venda dos seus produtos.
quarta-feira, 4 de junho de 2008
Outros serviços prestados pela Fundação Alter Real
Para além da cedência de garanhões, a FAR dispõe de um serviço de Veterinária que está em condições de, na sua área de reprodução executar as seguintes tarefas:
-Avaliação andrológica (espermograma) a garanhões de particulares
-Acompanhamento reprodutivo das éguas, por ultra-sonografia.
-Análises do foro parasitológico e hematológico.
-Avaliação andrológica (espermograma) a garanhões de particulares
-Acompanhamento reprodutivo das éguas, por ultra-sonografia.
-Análises do foro parasitológico e hematológico.
Na área da formação profissional, ocasionalmente são organizados cursos temáticos de aperfeiçoamento, trazendo personalidades estrangeiras reconhecidas na área.
-Estágios de verão
-Tratadores de cavalos
-Aperfeiçoamento de ferradores
-Exame em acto de compra de equinos
-Ultra-sonografia equina para médicos veterinários
-Julgamento de cavalos de modelo e andamentos Paralelamente são feitos estágios de licenciatura em Medicina Veterinária e Engenharia de Produção Animal.
A Coudelaria Nacional tem o seu efectivo distribuído em três locais
Coudelaria Alter Real - Depósito de Garanhões
É constituído por Garanhões Lusitanos, (a raça nacional) Árabes, Puro Sangue Inglês e Sorraias.
Só existem duas formas de estes animais fazerem parte do Depósito, ou são oriundos das éguas do Estado português e após terem sido testados são admitidos como reprodutores, ou são comprados aos criadores particulares, nunca antes dos sete anos, e têm de possuir um curriculum aceitável, que justifique a sua aquisição pelo Estado.
É constituído por Garanhões Lusitanos, (a raça nacional) Árabes, Puro Sangue Inglês e Sorraias.
Só existem duas formas de estes animais fazerem parte do Depósito, ou são oriundos das éguas do Estado português e após terem sido testados são admitidos como reprodutores, ou são comprados aos criadores particulares, nunca antes dos sete anos, e têm de possuir um curriculum aceitável, que justifique a sua aquisição pelo Estado.
Mouchão do Esfola Vacas - Éguada
Local privilegiado, situado na margem direita do Tejo, com uma área agrícola de 80há.
As éguas pastam livremente, cada animal tem à disposição cerca de dois hectares de terreno, formam dois grupos consoante a raça, e mantém-se unidas, apesar da inexistência de inimigos naturais. Uma égua mais velha de cada raça lidera a deambulação das manadas.
Neste Mouchão de pasto espontâneo é suficiente para alimentar toda a éguada e poldros até aos seis meses de idade, altura em que é feito o desmame, só aqui permanecendo as poldras até atingirem os três anos.
Local privilegiado, situado na margem direita do Tejo, com uma área agrícola de 80há.
As éguas pastam livremente, cada animal tem à disposição cerca de dois hectares de terreno, formam dois grupos consoante a raça, e mantém-se unidas, apesar da inexistência de inimigos naturais. Uma égua mais velha de cada raça lidera a deambulação das manadas.
Neste Mouchão de pasto espontâneo é suficiente para alimentar toda a éguada e poldros até aos seis meses de idade, altura em que é feito o desmame, só aqui permanecendo as poldras até atingirem os três anos.
Mouchão do Salgueiral - Recria dos Poldros(Potril da Azambuja)
Fica situado numa ilha no Tejo, nas proximidades da Azambuja, com uma área de 54há.
Nesta área é feita uma sementeira de prado permanente à base de trevo branco, trevo morango, festuca e azevém prene, com uma duração de cinco a seis anos.
Os jovens machos, depois de marcados com o ferro, são transportados para o Salgueiral, onde permanecem até aos três anos de idade. A passagem faz-se por um caminho a nordeste, que só pode ser utilizado na maré baixa.
Diariamente, o tratador serve-se de uma pequena embarcação para cuidar dos animais. Neste Potril, é feita a recria de todos os poldros pertença da Fundação Alter Real, não só dos nascidos na Coudelaria Nacional, mas também dos nascidos na Coudelaria Alter Real.
Fica situado numa ilha no Tejo, nas proximidades da Azambuja, com uma área de 54há.
Nesta área é feita uma sementeira de prado permanente à base de trevo branco, trevo morango, festuca e azevém prene, com uma duração de cinco a seis anos.
Os jovens machos, depois de marcados com o ferro, são transportados para o Salgueiral, onde permanecem até aos três anos de idade. A passagem faz-se por um caminho a nordeste, que só pode ser utilizado na maré baixa.
Diariamente, o tratador serve-se de uma pequena embarcação para cuidar dos animais. Neste Potril, é feita a recria de todos os poldros pertença da Fundação Alter Real, não só dos nascidos na Coudelaria Nacional, mas também dos nascidos na Coudelaria Alter Real.
Efectivo Actual
Composto por 10 éguas de Puro Sangue Árabe, e 30 éguas de raça Lusitana, um efectivo de recria feminino constituído por cerca de 40 poldras (3 meses a 3 anos). Este efectivo está instalado no Mouchão do Esfola Vacas, junto ás margens férteis do Tejo.
Raça Lusitana
As 5 éguas originais do actual efectivo fazem parte do grupo mais antigo das cerca progenitores masculinos utilizados ao longo das dez gerações que distanciam o actual efectivo das fundadoras, são da mesma origem.
A actual manada Lusitana da Coudelaria Nacional é assim, um dos efectivos existentes mais puros da antiga linhagem dos frades da Cartuxa de Jerez, constituindo a manutenção dessa 'pureza' uma das regras definidoras da política de emparelhamentos. Segue-se assim uma orientação, que não sendo aquela que mais frutos dá na produção do cavalo de grande mercado, é seguramente a que mais interessa à raça no seu todo, ao permitir a obtenção de reprodutores de grande pureza étnica e consequente determinismo, salvaguardando e seleccionando um núcleo genético cuja existência é essencial à variabilidade na raça.
A actual manada Lusitana da Coudelaria Nacional é assim, um dos efectivos existentes mais puros da antiga linhagem dos frades da Cartuxa de Jerez, constituindo a manutenção dessa 'pureza' uma das regras definidoras da política de emparelhamentos. Segue-se assim uma orientação, que não sendo aquela que mais frutos dá na produção do cavalo de grande mercado, é seguramente a que mais interessa à raça no seu todo, ao permitir a obtenção de reprodutores de grande pureza étnica e consequente determinismo, salvaguardando e seleccionando um núcleo genético cuja existência é essencial à variabilidade na raça.
Raça Puro Sangue Árabe
Descendentes das quatro éguas Árabes compradas em 1903 no Próximo Oriente.
Efectivo Inicial
Formado pelo efectivo transferido da Quinta Regional de Sintra (Quinta do Marquês) oriundo em grande parte da Coudelaria de Pancas aquando da sua extinção e de parte da manada da Coudelaria de Mogadouro, extinta em 1886, cujo efectivo se tinha formado a partir da Coudelaria do Crato.
O efectivo da Coudelaria do Crato e de Pancas denominadas de Coudelarias Modelo aquando da sua fundação em 1860, tinha sido constituído por éguas adquiridas em 1861 aos senhores, António Pereira Palha, enquanto liquidatário judicial dos bens do IX Marquês de Niza, Rafael da Cunha e à Coudelaria Real de Alter. A este efectivo é acrescentado em 1888, éguas importadas de Inglaterra; 24 Puro Sangue Inglês, 10 Hackney, 10 Cleveland e 4 éguas Árabes compradas em 1903 no Próximo Oriente.
O efectivo da Coudelaria do Crato e de Pancas denominadas de Coudelarias Modelo aquando da sua fundação em 1860, tinha sido constituído por éguas adquiridas em 1861 aos senhores, António Pereira Palha, enquanto liquidatário judicial dos bens do IX Marquês de Niza, Rafael da Cunha e à Coudelaria Real de Alter. A este efectivo é acrescentado em 1888, éguas importadas de Inglaterra; 24 Puro Sangue Inglês, 10 Hackney, 10 Cleveland e 4 éguas Árabes compradas em 1903 no Próximo Oriente.
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